Sobre o Acervo

Cada exemplar de uma coleção biológica é o registro de uma espécie em um determinado local e data, documentando a diversidade biológica no espaço e no tempo e servindo como fonte de embasamento para o conhecimento científico. A Coleção FLOR é o maior acervo biológico da UFSC, que documenta a diversidade de plantas e fungos em 2 acervos principais – o Herbário e Fungário.

As amostras desidratadas de plantas em geral, briófitas e algumas algas e fungos são chamadas de “exsicatas”, e precisam ser acondicionadas em espaços com temperatura e umidade rigorosamente controladas. Assim, as salas da Coleção FLOR são mantidas permanentemente a 18°C, evitando o ataque de insetos e fungos indesejáveis. A sala principal ocupa um espaço de 110m2, onde estão alojados o Herbário (incluindo alguns exemplares de algas desidratadas) e parte do Fungário, que acomodam quase 80.000 exsicatas.

Uma exsicata nada mais é do que um ramo prensado e seco em estufa a 60oC, e posteriormente colado em uma folha de cartolina, acompanhado de uma etiqueta contendo todas as informações sobre aquele indivíduo no campo e seu número de registro no FLOR. Os exemplares de fungos, por serem mais volumosos, não são prensados como as plantas, mas desidratados em temperaturas mais baixas e em seguida guardados em sacos de papel ou caixas de papelão, sempre acompanhados dos dados de campo. As exsicatas assim montadas são então guardadas dentro de armários de aço deslizantes, ordenados sequencialmente por família, gênero, espécie e número de registro, constituindo uma verdadeira biblioteca de plantas e fungos. Algumas estruturas mais delicadas que são danificadas no processo de secagem podem ser armazenadas em meio líquido, compondo uma coleção úmida que é acomodada em outro ambiente.

Quando foi criado, o acervo do FLOR compunha-se principalmente de duplicatas recebidas do Herbário Barbosa Rodrigues, o único existente no estado até então. Por isso, ainda hoje o maior número de exemplares são os coletados pelos colaboradores daquele Herbário, com destaque para Raulino Reitz, Roberto Miguel Klein (fundador do Herbário FLOR), e Lyman B. Smith, especialmente de 1950 a 1970. As coletas mais antigas, anteriores a 1950, são resultado de coleções recebidas por doação, como as de João Alfredo Rohr e Aloysio Sehnem.

Nas últimas décadas, o acervo da Coleção FLOR tem mostrado um enorme crescimento pela inclusão de amostras provenientes de projetos de pesquisa dos docentes do Departamento de Botânica e seus alunos, e em especial a partir da criação do Programa de Pós-Graduação em Algas, Fungos e Plantas. Entre os pesquisadores da instituição, destacam-se as coletas de Daniel Falkenberg, Juliana de Paula-Souza, Pedro Fiaschi, Maria Leonor Souza, Antonio Bresolin, Ana Zanin e Maike Hering de Queiroz. Além disso, o FLOR atua num dinâmico programa de permutas com outros herbários do Brasil, destacando-se as contribuições do herbário MBM com doações das coletas de Gert Hatschbach e de grandes coleções como o Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Instituto de Botânica/SP, ESALQ, UFRGS, entre outras. Dessa forma, embora a maioria das exsicatas do FLOR sejam provenientes da Região Sul do Brasil e principalmente Santa Catarina, nosso acervo cada vez mais tem expandido sua representatividade na flora de outros estados e sua relevância na Botânica brasileira.

A Coleção FLOR está inteiramente informatizada e em fase de adiantada de digitalização de suas amostras, como parte de um esforço nacional de disponibilização imagens de exsicatas em plataformas virtuais de acesso público, o que permite a consulta remota e gratuita à coleção.

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